Sobre ser leve com Milan Kundera
Dentre os assuntos que curto muito está a filosofia, a questão é que muita gente acha que filosofia é ficar divagando horas acrescentando assuntos aleatórios e dar asas ao non sense.
O termo filosofia nasceu na Grécia, e significa amor à sabedoria, acredito que por isso é tão abrangente a gama de assuntos quando tentamos achar um ponto de vista filosófico. Fato é que todos, talvez, devêssemos nos instruir minimamente em filosofia para adquirir um ponto de vista sábio, ou entender que nem tudo segue obrigatoriamente a resposta correta.
Ainda na faculdade fui apresentada a obra de Milan Kundera e me apaixonei por um livro, especificamente: “ A insustentável leveza do ser”; livro este que em 1987 se tornou um filme do brilhante Philip Kauffman. Minha paixão por este livro se dá por ser uma introdução à filosofia sem pretender isso. Na minha construção do romance (atemporal, vale mencionar) o incrível Milan Kundera inicia com o postulado de Parmênides onde tudo tudo tudo o universo tem dois lados opostos e correspondentes entre si. Além de considerações importantes de Nietzsche sobre ter certeza sobre a vida (possível?).
Não quero de modo algum, contar o que se passa no livro ou filme, mas adianto que se trata de uma experiência que todos devem ter. Pois a obra nos traz um ponto de vista de que o negativo e o positivo são relativos e, sobretudo o amor. E AMOR é o início de tudo, é o princípio da sabedoria. E amar pode ser diferente em cada indivíduo e para cada ser o qual se direciona.
O amor aos pais, ao ser escolhido e ao nosso cão… cada um com as suas peculiaridades e necessidades. Amor que exige troca ou não.
Neste post tenho somente a intenção de despertá-lo, querido leitor do ZBlog, à interação com a sabedoria e ao amor.
Fiquem com o trecho:
“A insustentável leveza do ser”: “O homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado”.
Pelo fato da vida ser, relativamente, tão curta e não comportar “reprises”, para emendarmos nossos erros, somos forçados a agir, na maior parte das vezes, por impulsos, em especial nos atos que tendem a determinar nosso futuro. Somos como atores convocados a representar uma tragédia (ou comédia), sem ter feito um único ensaio, apenas com uma ligeira e apressada leitura do script. Nunca saberemos, de fato, se a intuição que nos determinou seguir certo sentimento foi correta ou não. Não há tempo para essa verificação. Por isso, precisamos cuidar das nossas emoções com carinho muito especial.”