Hoje digo-me casmurro. Quem pensa que estou fazendo alusão ao meu livro preferido, engana-se. Estou falando de mim mesmo. Atualmente cultivo um ‘ensimesmamento doce’. Nada patológico. Mas aprecio a quietude, o privado, o aconchego.

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Aproveita e confere o significado de ensimesmado.

Nem sempre foi assim. Minha natureza continua a mesma. Gosto da conversa, da risada, da companhia moderada. Porém estou longe dos vinte e poucos, dos grandes grupos e do rebuliço. Lembro daquele tempo com a felicidade da realização, do dever cumprido. ‘Vivi’. Foi muito bem aproveitado, mas sou mais feliz na saudade do que na possibilidade da visita.

O contínuo movimento faz isso: muda os paradigmas. Felicito-me por ter mudado de lugar. O sabor daquilo que veio e se foi. E o deleite do que permanece. Tudo, a sua maneira, importante para definir o que sou. Melhor ou pior? Depende de quem, como e de onde se olha.

Hoje o retorno não me seduz. Mas quem sabe? Mudança sempre!

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