Sem passado… nem futuro
Na maioria das vezes as doenças neurológicas são vistas de forma superficiais por grande parte das pessoas, essas doenças te desmoralizam e te fazem perder a sanidade, pois ela consome seu único órgão insubstituível, seu cérebro.
COMENTÁRIO
Alice Howland (Julianne Moore) está orgulhosa e realizada com a vida que construiu. Aos 50 anos é professora de psicologia cognitiva na Universidade de Columbia, com uma renomada fama mundial, com um marido atencioso e três lindos filhos já encaminhados. Alice começa a sentir-se desorientada, percebe que seus esquecimentos não parecem de uma pessoa normal, um trágico diagnóstico muda sua vida, sua relação com a família e com o mundo para sempre. Com elegância e delicadeza, o filme, baseado na novela de Lisa Genova, nos acerca aos sentimentos daqueles que padecem do mal de Alzheimer e o drama que arrasa suas famílias.
Um roteiro sútil e simples sobre a evolução da doença de nosso século que apaga e aniquila quem você é, e todo o caminho andado e vivido até o momento para vivenciar esse demolidor processo inverso à crescer, que acaba com a pessoa que todos se recordavam.
Muitos outros filmes abordam o drama da doença, talvez com um olhar mais cotidiano e trágico. Neste caso a história foge um pouco do comum porque o drama atinge uma pessoa jovem o que não é tão usual e além disso Alice é uma pessoa social e publicamente notória. Estes fatos diminuem um pouco a empatia com os personagens e com as situações dramáticas, mas é um enfoque interessante, e é mostrado quase em primeira pessoa através da excelente atuação de Julianne Moore, que merecidamente recebeu o Oscar 2015 como melhor atriz.
O drama mostra um pouco da relação entre Alice e seus filhos, a forma com que cada um reage a descoberta da doença e como cada um deles tenta ajudar Alice a vencer cada dia, cada momento e cada perda.
Algumas atuações não convencem, de Baldwin, e da Kristen Stewart. O final fica um pouco a desejar, tudo termina de uma forma muito linear e sem muitos altos e baixos.