As portas são as molduras de quem passa e as janelas, das paisagens. As paredes são as molduras do espaço e as televisões, das histórias contadas. Os quadros são as molduras da arte e as fotos, dos tempos passados. E nós, somos a moldura do que vivemos ou deixamos de viver.

Molduras da Paisagem

As janelas abrem a vida para as influências externas. São molduras do mundo que vemos e vivemos. São extensas ou pequenas. Altas ou baixas. Transparentes ou difusas. Escondem e mostram a cidade, o campo, a montanha e o mar. A esperança também mora nas janelas.

Molduras de quem passa

As portas são agradáveis quando elas abrem para quem está de passagem. E abrir uma porta é tal como o prazer de ajudar alguém que precisa de um novo horizonte para explorar. Por isso, a porta é um ser muitíssimo importante.

Molduras do espaço

As paredes são limitadoras em essência. Do ponto de vista de quem sempre vê o copo meio cheio, ao invés de ver o copo meio vazio, as paredes são criadoras de novos espaços e lugares. São as mães da arquitetura.

Molduras das histórias contadas

As televisões mudaram o mundo. O centro da vida social dentro da casa é um bloco preto fino e retangular que projeta as histórias que não vivemos, os horrores que escandalizam nossos pensamentos e os jogos que não vemos ao vivo (acreditando ver). A sala nem sempre foi assim.

Molduras da arte

Os quadros, telas e pedaços de pano é que nos fazem lembrar a palavra moldura. Nelas, estão contidas a paixão, o sonho, a loucura, o medo e a coragem de quem usou seu tempo para criar. Na arte, está o remédio necessário para suportar a realidade, tal como disse Nietzsche.

Molduras do tempo

As fotografias são as memórias congeladas daquilo que não conseguiríamos lembrar. Os detalhes que fogem de nossas mentes estão lá, vivos, como se tivessem ocorrido ontem. E as fotos são belíssimos lembretes de que o tempo que passou, não voltará, e de que o tempo que está por vir, também será digno e para se lembrar.

Molduras do que vivemos

E nós? Simples. Somamos tudo o que passou até aqui, colocamos mais alguns sonhos e umas poucas esperanças, mexemos tudo com bastante vontade e espalhamos pelo mundo.

Mas, e nós? Nós somos a soma.