Cadê todo mundo…?
COMENTÁRIO
Sabemos que o Fabio Porchat é um dos principais comediantes brasileiros da atualidade, e Porta dos Fundos é selo indiscutível de humor, para não se decepcionar com o filme, é necessário deixar claro que não estamos diante uma comédia. O filme está naquela categoria de comédia dramática, onde em algumas situações geradas pela história, acabam gerando risos nervosos, mas não espere ir no cinema para se divertir. Feita a ressalva, vamos falar um pouco do que assistimos.
Se o mundo ao nosso redor respondera literalmente aos ditados de nosso cérebro, seguramente começaríamos a ver coisas bem estranhas, ou deixaríamos de vê-las. Tal o caso do Bruno (Fabio Porchat), um editor publicitario, que está atravessando uma separação traumática.
A história começa na sua “despedida de casado”, uma festa organizada por um grupo de amigos e parceiros em um local noturno. Entre prostitutas, drinks, música e descontrole, a noite acaba e a ressaca acompanhará Bruno, a sua nova realidade: está morando na sala da casa de sua mãe (Irene Ravache) rodeado das caixas entulhadas que sobraram de sua separação e que ainda não tem forças para reorganizar.
Nessa nova realidade, coisas estranhas começam acontecer com o Bruno. Ele, inexplicavelmente deixa de ver determinadas pessoas, o qual provoca inúmeras confusões no seu já traumatizado dia a dia. Ele se apoia na ajuda de sua mãe e de seu colega de trabalho e melhor amigo Davi (Marcos Veras). O problema continua aumentando e pouco a pouco Bruno se descobrirá em um mundo vazio para ele.
A ideia original do filme é boa, as intenções são boas, o elenco do filme tem bons atores, a direção acompanha todo o resto, mas ainda assim o produto deixa muito em todas aquelas promessas que acabam sem cumprir.
Fabio Porchat consegue momentos dramáticos bem logrados, embora em muitos momentos apareça essa veia comediante exagerada que acaba por contaminar alguns atos. Ele ainda está longe de um Jim Carrey que pode tocar um drama e surpreender.
Não podemos contar muito para não cair em spoilers para todos o que estão pensando assistir, mas o roteiro tem vários cabos soltos e a história, perde a força inicial logo após a primeira metade.
Longe do resto, destacamos a atuação da Irene Ravache conseguindo um mãe fantástica com a qual o Porchat interage conseguindo diálogos muito divertidos que dão um ar fresco ao drama de fundo.
Acreditamos poucos irão realmente gostar do final, mas ainda assim consideramos uma boa tentativa do cinema nacional e de certa forma e algo que não estamos acostumados a ver.