Blackfish mostra até que ponto somos bárbaros
Meu estado gripal me deixou de molho em casa. Nada de rua ou academia! Então decidi assistir ao tão falado documentário Blackfish. E garanto: não podia ter feito escolha mais indigesta. Quem já estava ruim, ficou pior ao perceber o quanto somos cruéis com os animais. E ficar assustado com o quanto isso pode não ser percebido. SeaWorld nunca mais!
A dona deste blog definiu minha idade mental em 12 anos. Fico extremamente animado com filmes de dinossauro (vistos a exautão), histórias de aventura, orcas e golfinhos. Tenho uma paixão não resolvida, e muito especial, pela baleia Orca. São animais impressionantes e inteligentes. Tem aquela fama de assassina, mas o que sempre vi em documentários foi gentileza, esperteza e instinto de família. Nunca fui ao SeaWorld, mas tinha anotado na minha lista de tarefas uma visita ao parque. Blackfish mudou completamente esta ideia. O que nós fazemos com os animais? Como somos capazes de acreditar que esses bichos vivem bem naquela situação? Uma frase no final do filme define tudo: “Em 50 anos vamos olhar pra trás e pensar como fomos bárbaros!”. Barbaridade define.
O documentário aborda diversos assuntos, entre eles o risco que os treinadores correm ao ficarem tão próximos a animais gigantescos e potencialmente perigosos. É triste ver os acidentes. Mas sinceramente? Estas pessoas foram ali porque quiseram e poderiam ir embora a qualquer momento. É improvável que não percebessem o risco diário a que estavam expostos.
Mas e as baleias? Ver os detalhes da captura dos filhotes, brutalmente separados das mães, é chocante. A forma como são confinadas e reunidas fora de seus grupos familiares, que desencadeia um comportamento agressivo entre elas é brutal! E as falsas afirmações de que elas vivem mais tempo e melhor em cativeiro?

A baleia Orca Tilikum matou a treinadora Daw Brancheau em 2010, durante uma apresentação no SeaWorld.
Black Fish foi lançado em 2013 no Sundance Film Festival e causou grande barulho. O primeiro deles foi o cancelamento de apresentações de artistas famosos no parque. Afinal, quem quer se vincular a isso? A Disney também decidiu alterar o roteiro do filme Finding Dory (a continuação de Procurando Nemo) tirando qualquer vínculo com parques que exploram os animais. E li também que a frequência no SeaWorld caiu 6%. É um avanço!
O documentário foi dirigido por Gabriela Cowperthwaite a um custo de setenta e seis mil dólares. A diretora contou com o depoimento de alguns ex-treinadores dispostos a revelar o que acontecia nos bastidores do parque. O SeaWorld não deu muito bola e não quis se pronunciar no filme. Mas declarou a Folha de São Paulo que o documentário é “impreciso e enganoso”. Leiam e façam o próprio julgamento. Eu me contento em citar a Rainha dos Baixinhos: “Senta lá, Claudia!”.
Assistam Blackfish! E já está disponível no Netflix!
Dá uma olhada no trailer:
[…] lê meus posts (alguém?) lembra da minha reação ao documentário Blackfish. Desde então sou contra parques aquáticos. Foi um sonho de criança que virou uma ressaca do […]