12 anos em 39 dias
Desta vez os atores envelhecerão diante de seus próprios olhos sem necessitar nenhuma maquiagem. Desta vez eles envelhecerão de verdade
COMENTÁRIO
Richard Linklater, o diretor da curiosa trilogia iniciada com “Antes do amanhecer”, volta a surpreender com uma nova e original proposta cinematográfica.
Boyhood – Da Infância à Juventude é um drama rodado com o mesmo grupo de atores durante doze anos, concretamente de 2002 até 2013, e apenas 39 dias de filmagem e propõe uma viagem íntima através da eufórica infância, das mudanças sísmicas de uma família moderna, as descobertas da adolescência e entre outras passagens da vida.
O filme está tendo uma boa resposta nas salas de cinema, e analisando seriamente o filme até que é uma surpresa.
É inevitável elogiar o tempo transcorrido para conseguir fazer o filme, que realmente é algo inovador, agora vamos lá, uma odisseia cinematográfica não converte de maneira imediata um filme em uma produção de elevada qualidade. Com bons atores mas diálogos muito pouco elaborados, a historia não surpreende ou nos envolve, no máximo nos recorda alguns momentos de infância ou alguma crise familiar, mas não chega a emocionar.
Linklater foi muito eficiente em mostrar o decorrer do tempo com uma continuidade em cena que não resulta em algo obvio ou muito menos nos perde. Acompanhamos lentamente o crescimento dos personagens e indiretamente vamos descobrindo referencias no tempo através de símbolos da época, video-games, eletrodomésticos, livros, campanhas politica, etc…
Além de ter muitas cenas que pouco agregam à história, o roteiro é rodado em 2:45 horas de duração que chegam a pesar em alguns momentos. Existe ao longo do filme a espera de que algo significativo aconteça e essa espera não é recompensada.
Tirando o tempo investido na filmagem, o resultado está bem abaixo das expectativas que o sucesso comercial gerou.