Triângulo de conflitos
COMENTÁRIO
Third Person é a mais recente produção de Paul Haggis, duas vezes ganhador do Oscar, a primeira vez como escritor com Million Dollar Baby em 2004 e a segunda em 2006 com Crash, como escritor e diretor.
O filme no mesmo estilo de Crash relata três historias paralelas que vão acontecendo simultaneamente em Paris, Nova York e Roma.
No centro da história está o Michael (Liam Neeson), um escritor ganhador de um Pulitzer, agoniado pelas expectativas de sucesso e pelo seu divórcio recente, enfrentando dificuldades para acabar seu próximo livro, e à merce dos impulsos de sua amante muito mais nova, Anna (Olivia Wilde), uma personagem conflituosa, fria e as vezes abertamente desagradável, que está com ele em Paris. Eles vivem uma relação um pouco doentia, mas que inspira e alimenta a imaginação de Michael.
Em outra história uma mãe nova-iorquina (Mila Kunis), luta pela recuperação da custódia de seu filho, que se encontra em poder de seu ex, interpretado por James Franco. Um mulher transtornada pela dor da ausência de seu filho se afunda em seu próprio drama e não conseguem aparentemente vencer os obstáculos para recuperar ao pequeno.
A história que completa o roteiro apresenta um estadunidense (Adrien Brody) que está em Roma para roubar designs e fabricar roupas de alta costura não autorizadas, e se envolve com uma imigrante romena (Moran Atias) que trata de liberar a sua jovem filha de uma gangue de traficantes de pessoas.
Na medida que transcorrem as histórias começam a ter diversos pontos de contato, todas as três histórias relatam relacionamentos conturbados, com grandes conflitos e com traumas insuperáveis. O roteiro mantém ao espectador sempre em uma tensão, mas sem nunca aprofundar ou desvendar todos os mistérios. Quando uma história entra em momento culminante, acaba por pular à seguinte e assim vai deixando algumas lacunas vazias e sem desfecho que prejudicam o resultado final do filme.