Paredes de Papel
Pilares de bambu. Tetos de papelão. Muros de barro. E janelas de papel. O que mudou na arquitetura do século XXI?
O japonês Shigeru Ban, conhecido pela sua arquitetura de ‘guerrilha’, ganhou essa semana o prêmio Pritzker de 2014 (o mais importante da arquitetura).
Ban é um arquiteto responsável, com consciência ambiental e social, atuante em todas as classes econômicas, e com soluções que se adaptam às realidades de um mundo que muda rápido demais.
Shigeru Ban representa uma geração de poucos arquitetos que se conscientizaram da importância da arquitetura sem fins capitais. Ao mesmo tempo em que o arquiteto sabe da necessidade de projetar para sobreviver (ganhar dinheiro), ele sabe da necessidade de projetar para quem precisa sobreviver (projetos sociais).
O século XXI nasceu grande em todos os sentidos. Com a população e a economia crescendo, o tempo se transformou no bem mais valioso e sua alternativa para a arquitetura foi a de utilizar materiais renováveis, de fácil acesso e de rápida execução.
Sua arquitetura de papel, papelão, bambu, barro e madeira, foi utilizada após catástrofes no Sri Lanka, Índia, Turquia, Japão e Ruanda, e foram decisivas na tentativa de abrigar aqueles que perderam tudo após eventos climáticos.

Casas de papel construídas após um terremoto que devastou Kobe em 1995. O valor das casas foi de menos de U$2.000! Detalhe: fundação com caixas de cerveja, paredes em tubos de papel e telhado com lona.
Arquitetura barata e de qualidade existe, e esse arquiteto que dedicou grande parte da sua vida à arquitetura de quem não pode pagar para tê-la, consegue provar sua competência dia após dia.
E enquanto muitos ficam no discurso da sustentabilidade e blá, blá, blá, esse arquiteto constrói um mundo mais inteligente.
E tem mais! Pra quem ficou curioso sobre o trabalho de Shigeru Ban, dá uma olhada na apresentação dele no TedX Tóquio.
Um exemplo para todos, principalmente, nós, arquitetos.
Admiração total. Vamos divulgar.