Outono aqui. Inverno lá. Primavera aí. Verão ali.
No outono, as folhas secas caem, o céu despenca com o sol e a saudade aumenta. No inverno, vive-se o drama da cor única, da ociosidade e dos sonhos que ficaram para trás. Na primavera, está a eterna esperança de que o mais belo sempre voltará para contar as melhores memórias. E no verão, os dias são maiores que as noites que não terminam e as férias são rotas para a felicidade sincera.
Outono no sofá
Do banco da cozinha, enquanto segura o jornal, pode ver a luz amarela do dia prestes a começar.
Deitado, no sofá, acredita que consegue ver o vento que muda o tempo.
No jardim, assiste às folhas que vivem mudando de lugar. Antes nas árvores, logo depois no gramado e, mais um tempo adiante, sobre as calçadas lavadas.
Inverno no deserto
Embaixo do cobertor, na cama, lembra-se do que não deveria lembrar.
O casaco, pesado. O sono, idem. O café, forte. E a luz do dia, ainda mais.
A casa precisa de sol, o morador precisa enxergar. No trabalho, precisa de calor, mas também, respirar.
E na rua, sem vento, sem vida. Com vento, sem vida.
Inverno é paradoxo. É contraditório. É difícil.
É melhor ficar em casa.
Primavera no parque
Estação das amenidades.
O por do sol mais lindo, em que as paredes de casa mudam de cor.
A temperatura agradável, com as janelas abertas.
A brisa suave que alivia a alma.
As flores e as árvores brilham e deixam até os feios mais bonitos.
Viver a primavera é morar num parque.
Verão na rua e no mar
Aquele tempo de andar por aí. Sair pela cidade. Explorar.
É férias. Aquele momento de aproveitar o jardim. A piscina. O clube.
É viver na rua, em busca de novidades. De saúde. De gente para conversar.
No verão, é dever procurar o sol nas praias. E abrir o guarda-sol para se esconder dele.
Resumindo, a vida é uma arquitetura.
Rafael,
Adorei seu poema para a arquitetura das estações. Espero que você esteja arquitetando bastante.
Abraços,
Rita Brandão
Rita!
Quantas saudades tenho de ti!
Fico feliz por ter gostado do texto dessa semana.
Qualquer hora, vou visitar vocês.
Quero saber como está tudo por aí.
Um beijo,
Rafael
Rafael,
Saí do Comitê. Não suportei tudo aquilo. Pedi e me deram alforria. 100 toneladas mais leve. Vou viver arquitetura, projetos, gerenciamento de projetos diferentes, que amo fazer.
Estou feliz.
Reorganizando a vida.
Quando vier ao Rio, não deixe de visitar. Avise pelo e-mail com antecedência para ter recepção à altura.
Abraços,
Rita
Olá Rita!
Não sabia que você tinha saído de lá.
Mas fico super feliz por saber que foi um decisão acertada e que você está no seu caminho.
E pode deixar que avisarei antes de ir para o Rio!
Um grande abraço pra ti,
Rafa