Talvez seja um post tardio. Mas sempre vale a pena indicar uma série ótima. Depois de me apaixonar por ‘Scandal’ (paixão essa que enfraqueceu, mas arde), meu coração foi fisgado desde o primeiro episódio por ‘How to get away with murder’. Você já pode ter assistado, mas como ainda não falei sobre o assunto está inédito para mim aqui no Zblog.

Mas o que você precisa saber sobre essa série?

 

ASSINATURA DE SHONDA RHIMES

Você pode ter um pouco de preconceito com a grande estrela da TV americana, muito por causa de ‘Grey’s Anatomy’. O drama hospitalar tem uma legião de fãs, faz muito sucesso (está 11ª temporada), mas é muito novela mexicana para os paladares sensíveis ao açúcar. Eu nunca me encantei, embora ame novela e não veja nenhum problema nisso. Minha boa vontade com Shonda começou depois que assisti duas temporadas de ‘Scandal’ em ritmo no stop. E como produtora executiva de ‘How to get away with murder’, Shonda fez um trabalho brilhante, principalmente na primeira parte da temporada.

 

WOMAN POWER

Sabemos que Shonda adora criar mulheres poderosas e cheias de personalidade. E se olharmos ‘Grey’s Anatomy’, ‘Scandal’ e ‘How to get away with murder’ notaremos que temos três negras mandando e desmandando no restante do elenco. Shonda constrói séries onde mulheres são as verdadeiras donas da bola. Aqui temos a Annalise Keating, advogada e professora temida e conhecida por sempre vencer. Em sala de aula ela ensina aos alunos como, usando a lei, eles podem livrar seus clientes dos crimes. Além disso, ela tem um marido, um amante e bastante interesse sexual em um de seus alunos.

Caso a série fosse brasileira logo Annalise seria transformada em vilã. Mas na cultura norte-americana a vitória é valorizada. E a série acaba mostrando os pontos fortes e fracos da personagem.

 

OS MELHORES 9 EPISÓDIOS

A primeira parte da temporada de ‘How to get away with murder’ beira a perfeição. A série é contada em dois tempos diferentes: no dia em que os alunos escolhidos de Annalise assassinam uma pessoa e no passado, mostrando como eles chegaram naquela situação. Os tempos se encontram no nono episódio e seu queixo despenca um metro e noventa oito com a revelação. Evitarei spoilers.

 

 PERSONAGENS DÚBIOS

‘How to get away with murder’ não trabalha com o maniqueísmo dos bons contra os ruins. São pessoas expostas a uma fatalidade, levadas pelas circunstâncias, fazendo escolhas. Claro que erradas, já que a série precisa de argumento pra viver. E prepare-se para as surpresas que os personagens reservam. Não se deixe enganar por estereótipos. As pessoas são capazes de ir muito além, principalmente quando você só acha que as conhece.

 

VIDA SEXUAL ATIVA

Claro que em ‘How to get away with murder’ temos um personagem central gay. E ele é o mais sexualmente ativo da série. Nem Annalise (que tem marido e amante) consegue fazer sexo tantas vezes quanto Connor. Competitivo e um tanto amoral, o personagem usa o sexo para obter todo o tipo de vantagem. Em ‘Scandal’ temos algo parecido, mas aqui é escancarado. Talvez seja uma nova forma de mostrar o universo gay. Mas me incomoda um pouco colocar o personagem numa posição antes ocupada por mulheres. Usar o sexo como vantagem competitiva sempre foi explorado nos personagens femininos e agora transferido aos gays. É só alguma coisa para pensar a respeito.

 

VIOLA DAVIS

Deixei para o final o grande trunfo de ‘How to get away with murder’. Precisamos falar muito sobre Viola Davis? A atriz cria uma Annalise Keating real, humana e cheia de defeitos. Ao mesmo tempo em que é uma mulher temida, consegue o contraponto, e mostra as fraquezas desta mulher que não é o que parece. Para os alunos e clientes é poderosa e, dentro de casa, a esposa num casamento em declínio, insegura e lidando com a própria imagem. Ela poderia ser odiada. Mas a construção é tão bacana que compreendemos aquela mulher de outra maneira. É um show.

A segunda temporada já está confirmada. Então que tal assistir ao trailer? Se você não gosta de spoilers, não assista!