Eu quero o direito de falar da bunda da Paolla!

Eu quero o direito de falar da bunda da Paolla!

Semana passada meu post falou sobre a buzanfa da Paolla Olveira. Agora vamos atacar um assunto menos belo: como as pessoas classificam o que é importante ou não na web. Falar de nádegas não pode?

Desde que a bunda da Paolla apareceu só se fala dela. Eu concordo e engrosso o coro, como fiz semana passada no post exaltando o triunfo da mulher real e cheia de curvas. Mas foi o assunto ganhar os trends topics para imediatamente surgirem os do contra. Nada contra, já que eu também sou. O que me incomodou muito foi o tipo de argumentação (sempre amigas, já que não adiciono gente estranha nos meus perfis) para apontar o absurdo de tanto falatório. Como sempre a bola da vez foi a Dilma. Sendo assim, vamos esclarecer:

Eu gosto da Dilma? Não. Eu voto no PT? Não. Pretendo votar no PT? Não pretendo. Sou filiado ao PT? Não. Nem gosto dela, zero de afeição para falar a verdade. Acredito que o melhor para o País teria sido a mudança. Não sei se melhoraria mesmo, mas seria diferente. O que já me parece um avanço. Não foi com o meu voto que a Dona Dilma foi eleita.

 Sabendo-se disso, voltemos a bunda da Paolla. Nos inúmeros comentários sobre o assunto sempre manifestei a minha admiração. Até que uma amiga postou: “saturou esse assunto! Mudemos de pauta”. Brincalhão que sou, respondi “jamais! Bundão da Paolla é o melhor assunto do Facebook”. Leve. Pra ser divertido. Alguns instantes depois alguém comenta “enquanto o povo fala da bunda, a Dilma CREU com todo mundo… Oh, céus!”. Não há nada que me irrite mais do que gente sem noção.

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Poderia ser mais equivocado este comentário? Os problemas do Brasil estão em segundo plano por causa da bunda da Paolla Oliveira?! Oi?! A Dilma, na calada da noite, escondida no gabinete, ligou pra Globo e disse “dá pra colocar a Paolla pelada pra ver se o povo esquece das cagadas?”. Não, né? Lembrou-me a fúria de Carlos Nascimento contra a mitológica Luíza do Canadá e o post de Rosana Hermann explicando quanto aquilo estava errado. Não sou tão brilhante quanto Rosana, mas vou tentar aqui abaixo.

Olha o vídeo do Carlos Nascimento vociferando contra Luíza, BBB e a população. Tudo ao mesmo tempo.

 

SIMPLIFICA O PROBLEMA
A afirmação tem o único objetivo de ser polêmico e fazer com que as pessoas sintam culpa por admirar o bumbum alheio. “Nossa, estou aqui falando da bunda da Paolla Oliveira e o País afundando!”. Isso é verdade? Claro que não! Principalmente porque, se substituirmos “enquanto o povo fala da bunda…” por qualquer outra atividade você sentirá a mesma culpa. Veja só.

“Enquanto o povo faz a manicure semanal, a Dilma CREU com todo mundo… Oh, céus!”

Vamos acabar com essa história de fazer as unhas toda a semana! Olha a Dilma!

“Enquanto o povo aproveita o dia na piscina, a Dilma CREU com todo mundo… Oh, céus!”

Você curtindo a sua piscininha e a Dilma CREU em você. Alienado!

“Enquanto o povo prepara um risoto, a Dilma CREU com todo mundo… Oh, céus!”

A burguesia fede! Nada de perder tempo com risoto. Miojo pra todo mundo!

“Enquanto o povo dorme no ar condicionado, a Dilma CREU com todo mundo… Oh, céus!”

Você vai dormir no ar condicionado enquanto a Dilma ferra o Brasil? É a revolução, Lúcia!

Tá vendo? Quando preparar um risoto parece um pecado mortal, tem alguma coisa muito errada. O que está se fazendo é simplificar e reduzir o problema real: desigualdade social e problemas de educação que fazem com que as pessoas não percebam a importância do voto. É votando certo que estaremos ajudando o Brasil, não ignorando os atributos bundescos da atriz.

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REPASSAR A CULPA PRA FRENTE
Com esta afirmação, a pessoa que não viu (ou não concorda) com os comentários sobre a bunda da Paolla, se livra de qualquer responsabilidade. “O Brasil está uma merda porque esse pessoal só fala da bunda da Paolla”. Então você pensa que a pessoa é super engajaga, está toda semana trabalhando para melhorar o Brasil e abriu mão da sua vida para se dedicar as causas sociais. Só pensa. Geralmente são ativistas de Facebook mesmo. Mas como ela não viu a bundona da Paolla está um degrau acima e o resto da rede social é a escória. #fail

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UM CERTO RECALQUE
O ser humano tende a menosprezar a grama do vizinho. Muitos tentaram dar uma queimada na bunda da Paolla. “Com lipo é fácil” ou “É rica e malha o dia inteiro, tem obrigação”. Colega, apenas aceita que é mais fácil. Como diria a filosofa e ícone feminista Valeska Popozuda: “o seu recalque bate no bundão da Paolla e volta”.

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A realidade é que só se fala em Paolla Oliveira. E a tendência é ela estar ainda mais nela. O Brasil finalmente se apaixonou pela beleza e, vá lá, pelo talento acima do tom da atriz. É uma estrela, no papel certo, com o shape certo, mostrando o que todo mundo quer ver. Salve Paolla!

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About the author

Renato Giannini
Renato Giannini

Sou jornalista, publicitário, marketeiro convicto, professor e espectador do mundo. Observar me interessa mais do que interagir. Falo sobre as coisas que amo: livros, filmes, teatro, séries, realities shows, cães, Nova Iorque e os desafios que me imponho. Tenho pavor de telefone e paixão por SMS. Whats APP é meu nome do meio.

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