Conhecendo Maria
Sim, Maria se casou com o grande amor da sua vida. Teve uma festa tradicional, digna de uma princesa que casa com seu príncipe para lá de encantado. Que sorte a dela! Mas Maria nem sempre foi tão amiga assim do amor, muito menos de um amor tão tradicional.
Nasceu numa família fervorosa, cheia de intimidade e carinho explícito. Nada era segredo, todo mundo dividia uma verdade só. Eram três filhos de um pai e uma mãe que até hoje seguem firme e forte no casamento de quase 40 anos.
O “firme e forte” ela só entendeu depois de velha. Cresceu vendo seu pai, como qualquer outro machista de cidade pequena, pular umas cerquinhas por aí. Sua mãe, que seguia as regras da família, não escondia nada dos filhos. Principalmente de Maria, que era a mais nova, mas a que menos dava “trabalho”. Para o bem de todos, assumiu o papel de “brother” dos seus pais. Sua irmã e seu irmão já davam trabalho suficiente. De Maria, cuidava ela mesma. E como qualquer “amiga”, sempre se questionava porque sua mãe nunca se separou do seu pai e foi buscar seu lugar no mundo, sua identidade e seu valor. Logo ela, a melhor pessoa do mundo.
E porque seu pai era tão cruel, mentiroso e infiel. Cresceu, também, com a certeza de que todos os homens eram iguais ao seu pai. Só depois de velha foi entender que sorte a dos caras que se pareciam com seu pai.
Para piorar ainda mais sua afinidade com as relações amorosas, seu primeiro namoradinho morreu num acidente de carro. E ela tinha apenas 16 anos…. Criou uma casca. Tipo um Muro de Berlim, que um dia caiu (ufa!). Esse muro separava seus sentimentos amorosos do mundo real. Essa distância era especialmente com os homens. Sempre teve amigos aos montes, uma família grande e unida. Para eles nunca faltou demonstração do seu amor. Mas para os homens…. Como? Se nenhum deles prestava?
Quem ajudava ainda mais era seu irmão mais velho, que tinha o sonho de vê-la morrer virgem. “Todos os homens têm o mesmo interesse, te levar pra cama”. Era quase impossível passar do terceiro encontro, sempre enjoava ou ninguém preenchia seu extenso checklist ou tudo a irritava quando algum homem chegava perto demais.
E, pra quem acha que ela não se apaixonava, sim, mas por qualquer um que não se aproximava muito ou que fosse tão bloqueado quanto ela. Ela se apaixonava apenas pelo desafio. Não deixava ninguém conhecer suas fraquezas e nem provar do seu carinho. Podia ser perigoso demais!
Passou grande parte da vida nesse lado superficial das relações amorosas. Até que um dia ela cansou. De fato, faltava alguma coisa, ela só não sabia o quê. Entrou na terapia, tentou convencer a psicóloga que sabia mais que ela, mas ela era boa demais! Procurou um novo esporte, viajou, leu. Tudo em busca de sua verdadeira identidade.
Nesse meio tempo, apareceu o João. Entraram juntos na mesma empresa e se tornaram colegas de trabalho. Ele Vasco, do Rock e do bar. Ela Flamengo, do Reggae e do mar. Jamais apostariam que seriam marido e mulher poucos anos depois.
Na próxima semana continuo com o capítulo “Nosso Encontro”.
Já sou fã!
Sucesso!!!
Uhu!!! Bjo!
Uhullll!!
<3 Bjo!