Tudo fluiu naturalmente. Se falavam o dia inteiro no trabalho. Iam embora todos os dias juntos e às vezes davam um beijinho de despedida. Às vezes paravam no barzinho só para tomar um chopinho amistoso. Às vezes se falavam por mensagem só para dar boa noite. E às vezes iam dormir e acordavam um pensando no outro. Às vezes para eles, só na cabeça deles. Sem nem perceberem, estavam sempre juntos e cada vez mais enlaçados.
João era aquele cara boa praça, sabe?! Falava pouco, mas estava sempre de bom humor e com boa vontade para ajudar os colegas de trabalho. Num estilo “low profile”, ele sempre dava uma passadinha na mesa de Maria e de toda a galera para falar amenidades.
Maria, por sua vez, era conhecida como “relações públicas” da área. Trabalhavam em uma multinacional tradicional, até terno era exigido como traje masculino. Todos trabalhavam muito, sempre estavam estressados e reclamando de alguma coisa. Maria, assim como João, estava sempre de bom humor, mas ela não sorria, gargalhava. Do corredor dava para ouvir suas risadas. Era constrangedor quando isso acontecia em uma reunião. Por mais que tivesse muito trabalho, ela sempre dava um jeito de bater um papinho com todo mundo. Sabia da vida amorosa de todos e dos signos também.
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