Cinquenta Tons Controversos
Quem foi assistir ’50 tons de cinza’? O colunista aqui foi e tem uma opinião sobre o filme sensação do momento. Quer saber qual é? Clica no LEIA MAIS e descubra!
Vamos estabelecer uns parâmetros. Não li o livro e nem tive a menor curiosidade. O que apreendi sobre a história foi capturado na imprensa e na opinião das pessoas. Sei que é um livro erótico feminino. Também sei que a autora era fã da saga Crepúsculo, mas que sentia falta de sexo na trilogia vampiresca teen. Reunindo todas as migalhas fui para o cinema com a minha sinopse pessoal:
Ricaço cisma com garota mocoronga e inicia a coitada em práticas sadomasoquistas. Ele quer putaria e ela busca o amor, por isso aceita as bizarrices e tudo acaba bem.
Pois é… não sabia quase nada. Então, por não ter nenhum comprometimento afetivo com a obra, digo: achei o filme ruim. Foram mais de duas horas em que, objetivamente, não aconteceu nada. Mostrou a menina desconjuntada e pouco atraente, mostrou o ricaço sendo lindo, poderoso e totalmente freak. Verdade seja dita: atores muito bem escalados! Ela é a bonitinha insossa perfeita. E ele é bonito e uma porção de maluquice estampada no rosto. Mas um filme precisa de fatos, de viradas e acontecimentos. Convinha resumir a história e andar com o filme pra frente, sem patinar de um lado para o outro.
Claro que tem muito sexo no filme. Afinal, é baseado num livro pseudo-erótico. Embora as cenas picantes ocupem boa parte do tempo não são chocantes ou bizarras. Já que o sexo era tão importante que tivesse a função de ilustrar as preferências do mocinho.
Fiquei bastante intrigado com a mensagem do filme. Anastacia (esse é o nome da protagonista) vive o dilema de ser ou não a nova submissa ao Sr. Grey. E submissa quer dizer que ela será tipo um capacho dele, obedecendo aos seus desejos sem contestar. Ele chega a exemplificar como ela deveria esperar a sua chegada no playroom.
O que despertou a minha curiosidade foi: qual motivo levou um homem rico e poderoso escolher uma menina comum (e até meio patética) para este situação? A sensação que eu tive foi que ela foi escolhida por seu uma presa fácil e convencê-la a concordar com a realização dos seus desejos não traria dificuldade devida a sua baixa estima. O que faria do príncipe um sujeito rico, sujo e manipulador. A história de amor erótica mais parece um conto de fadas sombrio e perverso.
Com mais munição na manga, proponho uma nova sinopse para este filme. Vamos lá:
Ricaço inescrupuloso e manipulador seduz garota mocoronga. Ele deseja submetê-la aos seus desejos sadomasoquistas e não tem pudor em usar seu dinheiro para convencê-la a concordar com eles.
Fica claro que o poder do Sr. Grey é o seu grande trunfo. A todo momento ele mostra quantas vantagens materiais ela terá ao ceder aos seus gostos: uma vida cheia de luxo, glamour e facilidades. Em troca ela deve obedecer. Ou melhor, se submeter ao desejo deste homem. Antes os príncipes salvavam as princesas. Agora eles as compram com dinheiro, sem necessidade de matar um dragão. Ela terá tudo de material, mas jamais o seu amor. Como promessa somente o famoso “I don’t make love. I fuck hard”.
Assista ao trailer: