Conhecendo Alice
Alice morava no interior do Estado, era a filha mais velha de três e estava sempre namorando. Sorrindo também. Tinha aquele sorriso fácil, sabe?! Sabia contagiar e conquistar qualquer um.
Alice, assim como Maria, se sentia responsável por toda família. Os problemas deles eram dela também. Toda essa responsabilidade fora de hora fez com que Alice se tornasse a rainha do bom senso, da autocrítica e da busca incessante por fazer somente a coisa certa.
Ela foi uma criança gordinha. Sua mãe, seu pai e seus irmãos eram magros e ela sempre foi a mais “cheinha” da família. Até isso era uma guerra na cabeça de Alice. Ela não podia ser gordinha, ela nunca ia casar, nenhum homem gosta de gordinhas. “Até pra arrumar emprego é difícil”.
Alice vinha de uma família e de uma cidade em que o certo era ser uma mulher bonita, conquistar um cara legal e bem sucedido, casar e ter filhos. Ah! E também ter um bom emprego e ser uma excelente esposa.
Alice não media esforços pra dar orgulho a todos. Fez uma boa faculdade e vivia conquistando até o poste. “Ele pode ser um bom marido”. Sozinha ela não ficava nunca. Não podia.
Seu maior desafio era a balança, afinal uns quilinhos a mais poderia afasta-la do seu futuro marido. Ela tentava, tentava, mas aqueles quilinhos nunca se desapegavam dela.
Ela tinha 23 anos e já estava no seu quinto namoro quando arrumou um emprego no Rio de Janeiro. Foi a alegria de todos, menos de Lucas, seu namorado. Assim como todos os quatro namorados que Alice teve, ele era completamente apaixonado por ela e sabia que um namoro a distância não daria certo com a irresistível Alice. Como ela tinha algumas amigas que moravam no Rio de Janeiro, fez rapidamente as malas e foi morar com essas amigas.
Lucas foi com ela pra ajudá-la na mudança e na adaptação, mas ele só atrapalhou. Por mais perfeito que ele tentasse ser, Lucas não ia caber mais na nova vida de Alice.
Semana que vem conto mais sobre esta mudança! 😉